sexta-feira, 20 de maio de 2011

Vale abre exploração de níquel

A Vale inaugurou na segunda- feira passada dia (16), no município de Ourilândia do Norte, sudeste do Pará, a mina de Onça Puma, seu primeiro empreendimento no Brasil para a produção de níquel. O evento marcou também a despedida do presidente da empresa, Roger Agnelli, que permanecerá no cargo somente até a próxima sexta-feira. Contido em vários momentos, a muito custo contendo a emoção, Agnelli deixou claro que a entrega do projeto níquel foi seu último ato público como presidente da Vale, cargo que ocupou por dez anos.

A operação de Onça Puma, uma das maiores plantas de produção de ferro-níquel do mundo, foi iniciada pela mineradora nos primeiros dias de maio. O primeiro embarque, de 1.078 toneladas de ferro-níquel, com 385 toneladas de níquel contido, ocorreu no dia 11 deste mês pelo porto de Itaqui, em São Luís do Maranhão. A carga foi transportada em 52 contêineres pela Estrada de Ferro Carajás e terá como destino final a Ásia e Europa.

Toda a produção de Onça Puma será escoada por via rodoviária da mina em Ourilândia até a Estrada de Ferro Carajás, em Parauapebas, cobrindo uma distância de aproximadamente 350 quilômetros. De Paraueapebas, o minério seguirá por ferrovia até o porto de embarque na capital maranhense.
ONÇA PUMA

Constituído de duas minas, ocupando uma área de 17 quilômetros quadrados, o projeto Onça Puma abrange as cidades de Ourilândia do Norte, Tucumã e Parauapebas. O empreendimento tem capacidade de produção anual de 220 mil toneladas de ferro-níquel, contendo 53 mil toneladas de níquel, um metal extremamente valorizado na indústria siderúrgica.

Agnelli informou que, com a entrada em operação da planta brasileira, a empresa reforça sua posição de liderança como maior exportadora líquida do país. O diretor de operações de metais básicos do Atlântico Sul, Ricardo Carvalho, destacou que quando Onça Puma estiver em operação plena, a Vale assumirá a condição de maior produtora mundial de níquel. Hoje, ela ocupa a segunda posição, com operações no Canadá, Indonésia e Nova Caledônia, além de refinarias de níquel no Reino Unido, Japão, Taiwan e China.

O projeto Onça Puma foi adquirido pela Vale em novembro de 2005, visando ao aproveitamento de depósitos de níquel laterítico, um tipo de minério encontrado mais próximo à superfície em regiões quentes e úmidas. Na implantação do complexo mineral, a Vale investiu quase 3 bilhões de dólares, conforme declarou ontem o presidente da mineradora. Nessa fase foram gerados cerca de oito mil postos de trabalho. Na operação, a empresa contabiliza a criação de 1.500 empregos diretos.

O níquel é um metal resistente à oxidação e à corrosão, utilizado para formar ligas com diversas utilidades na indústria. Seu maior consumo é pelo setor de siderurgia, sendo 63% do metal usado para produzir aço inoxidável. O presidente da Vale, Roger Agnelli, disse ontem que 95% da produção de Onça Puma será destinada ao mercado externo, visando atender a países como China, Japão, Alemanha, Finlândia, Itália e Estados Unidos.

No Brasil, um país com baixo nível de investimento em obras de infraestrutura, o consumo de estruturas de aço – e por consequência também de ferro-níquel – é ainda muito pequeno, segundo Roger Agnelli. Ele admitiu, porém, que a tendência é de crescimento do consumo nos próximo anos, em função da montagem das estruturas de produção de petróleo do pré-sal e também dos investimentos previstos na indústria naval brasileira. (Diário do Pará)

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